Nesta sexta-feira (26), a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que vai investigar as denúncias de que sobreviventes de um ciclone devastador em Moçambique têm sido forçadas a fazer sexo com líderes comunitários em troca de comida.
O anúncio da ONU veio um dia depois de a Human Rights Watch (HRW) publicar relatos de mulheres sobreviventes que disseram ter sido abusadas por líderes locais e no momento em que uma segunda tempestade intensa, o ciclone Kenneth, golpeia a nação africana. Mais de mil pessoas morreram, e milhares tiveram que fugir de casa quando o ciclone Idai se abateu sobre Moçambique antes de seguir terra adentro para o Maláui e o Zimbábue no mês de março. Foi um dos piores desastres climáticos a atingir o hemisfério sul.
Os líderes comunitários — que se acredita terem ligação com o partido governista Frelimo — exigiram dinheiro dos sobreviventes para incluir seus nomes em listas de distribuição de ajuda, e outros coagiram mulheres a fazer sexo por um saco de arroz, disse o grupo de direitos humanos. Autoridades da agência de gerenciamento de desastres de Moçambique não se manifestaram até o momento.
A HRW disse ter conversado com 12 mulheres de Nhamatanda, distrito do centro de Moçambique, que foram exploradas sexualmente, e ter relatos de agentes humanitários e moradores de outras partes do país assoladas pelo Idai, incluindo a cidade portuária de Beira.
Fonte: G1