Um estudo divulgado pelo Instituto de Internet da Universidade de Oxford concluiu que fake news possuem um volume de compartilhamento até quatro vezes maior do que notícias e informações reais. A pesquisa, que analisou aproximadamente 580 mil postagens noticiosas em redes sociais e em sete idiomas, tomou como base as eleições do Parlamento Europeu, que começaram no último dia 23 e perduraram até domingo, 26.
Segundo a Oxford, conteúdos falsos (que a instituição rotulou de “ideologicamente extremos, enganosas e informações com fatos incorretos”) e junk news (como os europeus referem-se a notícias falsas) são do tipo que encorajam a fobia em relação a temas voláteis, como religião e imigração.
“As junk news em nossa base tenderam a envolver temas populistas como anti-imigração, fobia contra grupos islâmicos, com poucos mencionando líderes ou partidos europeus”, afirmaram os autores. Fontes de outros países, como Rússia, também foram consideradas no estudo a fim de aferir se há alguma relação de diálogo com outras nações, o que poderia configurar interferência externa no pleito.
No Facebook, as notícias falsas tiveram até quatro vezes mais curtidas, compartilhamentos e/ou comentários, com liderança para os idiomas inglês (3,2 mil por publicação), alemão (1,9 mil), sueco (1,76 mil) e francês (1,7 mil). Para idiomas italiano e polonês, porém, a situação se reverte: os meios tradicionais de notícias, como jornais, internet, TV e rádio, ainda prevalecem em engajamento frente a páginas ideológicas abertas na própria rede social.
Já no Twitter, a situação torna-se um pouco mais confiável, com veículos oficiais e a imprensa obtendo maior volume de engajamento (34%) frente às notícias falsas (3%).