A Polícia Civil não vai acatar o pedido do advogado da modelo Najila Trindade de fazer uma acareação entre ela e Neymar. Os investigadores não acreditam que haveria benefícios para elucidar o que aconteceu no quarto do hotel de Paris. A única maneira de mudar a linha de raciocínio seria o surgimento de um fato novo.
Caso a acareação fosse realizada, seria algo inusitado. O procedimento é raro em inquéritos de crimes sexuais. A lógica da Delegacia de Defesa da Mulher é proteger a vítima e colocar uma pessoa em frente ao suposto agressor vai de encontro a este princípio.
Mas a possibilidade começou a ser discutida após uma solicitação feita pelo advogado da modelo, Cosme Araújo Santos, na semana passada. Ocorre que ele não tem poder para obrigar a realização do encontro, pode no máximo entregar um documento manifestando o desejo à Polícia Civil.
A defesa de Neymar foi procurada na ocasião, mas preferiu não se manifestar sobre o assunto.
Ginecologista presta depoimento hoje
Não foi revelado o que seria um fato novo com força suficiente para justificar uma acareação. Mas é visível que o inquérito policial ganhou um novo ritmo. Existia a possibilidade de terminar os trabalhos antes do feriado de Corpus Christi, no dia 20, mas agora não há mais uma data estipulada para encerrar as investigações. Quando ocorreu aquela previsão, a fase de coleta de depoimentos era considerada encerrada. Mas Najila Trindade foi para Ilhéus (BA) na semana passada e retornou à capital paulista com um novo advogado e uma nova estratégia.
Ela prestou um segundo depoimento e mencionou a perda do celular, o que levou duas pessoas a serem ouvidas. Também apresentou uma nova testemunha: um médico. Ela disse à Polícia Civil que consultou um ginecologista no retorno da França. O profissional foi contatado e marcou de comparecer a 6ª Delegacia de Defesa da Mulher na tarde desta quarta-feira (26). A comunicação da existência deste médico aos investigadores ocorreu somente na terceira semana de apuração da denúncia de estupro contra Neymar e mostra que o inquérito pode demorar.
Fonte: UOL