O rapaz que atirou contra a amiga e matou o pai com um tiro na cabeça durante uma discussão ligou para polícia logo após o crime, segundo a vítima Jaisa Cristiana Oliveira dos Santos. Bruno Czismadia, de 24 anos, foi preso em flagrante no dia 13 de janeiro em Itupeva (SP).
Segundo o boletim de ocorrência, Bruno acionou a PM após atirar contra a amiga e o pai. Quando as equipes chegaram ao local, ele confessou ter sido o autor dos disparos.
“Eu estava ferida, mas consegui ouvir algumas coisas. E ouvi claramente quando ele disse ‘fui eu quem atirou’ no telefone”, relatou Jaisa em entrevista.
A vítima de 23 anos foi socorrida e encaminhada para o Hospital São Vicente, em Jundiaí (SP). Já o pai de Bruno, José Fernandes Czismadia, de 78 anos, não resistiu e morreu no local.
Uma semana depois, nesta quarta-feira (22), a jovem recebeu alta do hospital e prestou depoimento na delegacia de Itupeva (SP). Jaisa contou que tudo teria começado por causa de ciúme.
“Nós éramos muito amigos e muito próximos. Eu sempre confiei nele porque sempre o achei muito respeitoso comigo e com as minhas amigas. Mas ele começou a sentir ciúmes de mim, porque eu disse que não ficaria com ele. E começou a sair do controle”, explica.
Jaisa conta que, no dia do crime, os dois tinham voltado de uma festa em uma chácara na cidade. Durante a madrugada começaram uma discussão e a jovem saiu da casa e se sentou na calçada.
“Foi aí que ele saiu da casa já com uma arma na mão. Ele apontou a arma pra mim e chegou a encostá-la no meu peito. Eu não achei que ele ia atirar, mas ele atirou”, lembrou.
A jovem foi atingida no tórax. A bala, segundo os médicos, atravessou o corpo. Jaisa foi submetida a uma cirurgia de emergência para conter a hemorragia interna.
“Eu sentia meu peito arder muito, e também sentia o sangue escorrer pelo meu pescoço. Eu achei que ia morrer. Na hora consegui mandar mensagem pra minha cunhada, pedi para que ela falasse pra minha mãe que eu a amava muito”, disse.
Armas apreendidas
O pai de Bruno, José Fernandes, era armeiro. Por isso, havia várias armas na casa. Segundo Jaisa, Bruno ajudava o pai testando os armamentos, já que o idoso tinha dificuldade em se locomover por conta de um problema em uma das pernas.
“Eu sempre soube que ele guardava as armas em casa, desde que o conheci. O Bruno sempre se vangloriava pela profissão do pai”, contou.
Todos os objetos, entre armas e munições, foram apreendidas pela polícia no dia do crime. Bruno teve a prisão em flagrante convertida em preventiva e foi encaminhado para o Centro de Triagem de Campo Limpo Paulista (SP).
(Fonte: G1)